Os passageiros que atravessam o rio para trabalhar em Lisboa queixam-se de viagens canceladas com frequência, mesmo quando não há greves ou plenários pré-anunciados. Atravessar o Tejo tem sido uma verdadeira dor de cabeça para quem vive numa margem e tem de ir trabalhar na outra.
Os passageiros queixam-se de viagens canceladas quase todas as semanas porque os barcos estão sempre a avariar. O problema tem meses e já levou muitos passageiros a desistirem do barco. O filho de Maria João é um deles. O jovem de 14 anos vive no Seixal e tem aulas em Lisboa, no conservatório de música. A supressão frequente de viagens levou-o a optar por fazer a viagem de comboio. O problema afeta também os utentes de Cacilhas e do Montijo.
"É muito problemático para quem vem para a Margem Sul. Tornou-se um inferno chegar a casa ou ao emprego.”, afirma Ana Inácio, passageira do Montijo.
O sindicato explica que os barcos avariam com frequência porque são antigos e, dependendo da gravidade, a reparação pode ser muito demorada.
Reparações de fundo têm de ir a concurso público. O Ministério das Finanças tem de aprovar e todo o processo pode demorar meses. Até estar concluído, os barcos continuam parados.
Pequenas avarias podem ser resolvidas pelos próprios trabalhadores da Transtejo, nos estaleiros em Cacilhas, onde estão vários navios encostados, à espera de irem para reparação ou simplesmente sem solução.Com vários navios encostados, os poucos que circulam têm de chegar para assegurar as quatro ligações que a Transtejo opera, Trafaria, Montijo, Cacilhas e Seixal.
Quando um barco avaria numa das linhas, vai-se buscar outro a outra ligação. Numa estação ou noutra, há viagens suprimidas e passageiros em terra. O sindicato explica que, em hora de ponta, deviam circular oito navios nas quatro linhas mas já chegou a haver apenas metade.
A empresa esclarece que o facto de o orçamento deste ano só ter entrado em vigor em julho e o país ter sido gerido em duodécimos empurrou os concursos para depois dessa data e adiou a manutenção da frota. A Transtejo garante ainda que faz todos os esforços para assegurar a manutenção da frota e dar resposta, tão breve quanto possível, às avarias.
Quanto a uma solução definitiva para o problema, a empresa diz que estão a ser construídos 10 novos navios elétricos, que irão substituir a frota atual. No entanto, a Transtejo não avança uma data e diz apenas que os barcos irão entrar ao serviço quando chegarem.
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