O ministro dos Negócios Estrangeiro, João Cravinho, terá demorado seis meses a enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) a auditoria sobre as suspeitas de derrapagem nas obras de requalificação do antigo Hospital Militar de Belém. O principal suspeito das irregularidades foi nomeado no ano passado para uma empresa pública de Defesa.
Em fevereiro de 2021, o Ministério dos Negócios Estrangeiros garantiu já ter enviado a auditoria sobre as obras do antigo Hospital Militar de Belém para o Tribunal de Contas e para a Procuradoria-Geral da República .
De acordo com o Diário de Notícias, o documento só chegou à PGR em agosto.
Gomes Cravinho terá na próxima terça-feira a oportunidade para explicar melhor a situação, quando for ao Parlamento numa audição a pedido do Chega.
Em causa estão os gastos de cerca de 3,2 milhões de euros na empreitada para reconverter o antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa, num centro de apoio à covid-19, sendo o orçamento inicial da obra 750 mil euros.
A derrapagem foi revelada por uma auditoria de 2020 da Inspeção Geral da Defesa Nacional (IGDN), que visou a atuação de Alberto Coelho, ao notar a "ausência de competência (...) para autorizar a despesa", entre outros aspetos. O Ministério da Defesa Nacional tinha já enviado em agosto de 2021 ao MP a auditoria da IGDN sobre a derrapagem do valor para a requalificação do antigo Hospital Militar de Belém.