O Presidente da República rejeitou hoje o cenário de eleições antecipadas, na sequência da crise política causada pelas demissões no executivo, e pediu que o Governo do PS "governe e governe cada vez melhor".
“A dissolução [do Parlamento] é uma arma atómica de que dispõe o Presidente da República, não pode usar a arma atómica todos os anos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à partida de Lisboa para o Brasil, onde assistirá à posse do Presidente brasileiro, Lula da Silva.
O Chefe do Estado disse duvidar que uma solução saída de novas eleições fosse mais estável do que a atual maioria absoluta do PS, que ganhou as legislativas em 30 de janeiro. Marcelo Rebelo de Sousa admite que o Governo atravessa uma fase sensível, mas diz que não há uma alternativa forte.
“Nesta altura é preferível que o Governo governe e governe cada vez melhor”, concluiu.
Com os dedos da oposição apontados à gestão do Governo, o Presidente da República afasta a hipótese de o país ir novamente a votos num futuro próximo. Marcelo Rebelo de Sousa acredita que o país não tiraria vantagens em novas eleições nesta altura e até deixa um reparo aos partidos da oposição que ambicionam ser governo.
Assim, o Presidente excluiu a possibilidade de dissolução do Parlamento levantada pelo Chega. O PSD pediu um debate de urgência e a Iniciativa Liberal apresentou uma moção de censura ao Governo..
Sobre a saída de Pedro Nuno Santos do Governo, Marcelo não se alongou muito. Apontou para dia 3 ou 4 de janeiro a tomada de posse do novo ministro das Infraestruturas e da Habitação.
O Presidente da Republica partiu hoje para o Brasil onde vai marcar presença na tomada de posse do governo de Lula da Silva.