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Football Leaks: julgamento de Rui Pinto suspenso

A suspensão aconteceu na sequência do requerimento apresentado por Aníbal Pinto, que considera que há “prova proibida” neste processo.

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O advogado do arguido no processo Football Leaks acusou, esta sexta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) de ter descoberto a identidade de Rui Pinto através de um email malicioso. Na sequência do requerimento apresentado, o Juízo Central Criminal de Lisboa suspendeu o julgamento até ao próximo dia 16.

Nesse dia tanto o Ministério Público, como o advogado de Rui Pinto, dirão em tribunal aquilo que pensam quanto ao pedido feito hoje pelo segundo arguido deste processo, Aníbal Pinto.

Este, que era o terceiro dia das alegações finais do julgamento do processo Football Leaks, no Juízo Central Criminal de Lisboa, fica marcado pelo requerimento lido pelo advogado João Azevedo, que revelou que Aníbal Pinto pediu ontem uma verificação ao seu computador, tendo recebido já hoje um relatório preliminar que confirmou que o email recebido de Pedro Henriques, advogado do CEO da Doyen, Nélio Lucas, representou um ataque pelo método de phishing.

“O relatório apurou que o anexo do email enviado pelo Dr. Pedro Henriques (Doyen) tem características que lhe atribui um comportamento duvidoso e foi considerado como malicioso”, frisou o advogado, que citou mais excertos do relatório: "Além de informações técnicas, inclui ainda que 'este tipo de ameaça está relacionado em ações de phishing ou na execução de comandos para aceder aos computadores infetados e roubo de dados'".

Por isso, defendeu a existência de prova proibida, “sendo assim nulo todo o processado após a identificação por este método”.

A defesa de Aníbal Pinto visou não só Nélio Lucas e Pedro Henriques, como envolveu também os inspetores da PJ José Amador e Rogério Bravo, invocando que foi através deste alegado ataque que se conseguiu chegar à identificação de Rui Pinto como o elemento na origem da invasão ao sistema informático da Doyen.

O processo Football Leaks

Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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