Há mais de 15 anos que não era apreendida tanta cocaína em Portugal. Só no ano passado, as autoridades apreenderam mais de 16 toneladas, uma quantidade que renderia aos traficantes cerca de 600 milhões de euros.
Só de uma vez, a Polícia Judiciária (PJ) apreendeu oito toneladas de cocaína, que chegaram ao porto de Setúbal escondidas no interior de paletes de bananas. O número de apreensões não tem parado de crescer. Os dados – ainda provisórios – mostram que é preciso recuarmos a 2006 para termos uma quantidade tão grande de cocaína apreendida num só ano.
Além da droga, as autoridades apreenderam em 2022 mais de 300 carros – a maioria topo de gama –, nove embarcações, quase 180 armas e quase 2,5 milhões de euros em dinheiro vivo.
O consumo de cocaína tem aumentado, há mais grupos organizados de trafico e cada vez mais violentos. A PJ tem alargado as equipas no terreno e está aberto um concurso para a contratação de mais de 150 inspetores. Nos últimos cinco anos, Portugal está no top 5 dos países europeus com mais cocaína apreendida.
Portugal funciona muitas vezes como uma porta de entrada da droga para a Europa – uma ameaça global que é difícil de combater. A cooperação com as autoridades de outros países tem sido fundamental para o combate ao tráfico.