Centenas de cuidadores de pessoas com deficiência estão há mais de um ano à espera de uma junta médica, segundo a Antena 1. Este é um problema já existia, mas agravou-se com a pandemia.
"Há, diria, duas grandes razões para esta demora. A primeira prende-se com o facto das equipas que estão a fazer este trabalho terem um horário reduzido: estamos a falar de pessoas que estão reformadas ou então médicos de Medicina Geral e Familiar a fazerem trabalho extraordinário neste género de serviços. E a segunda razão é que este documento é necessário para muitíssimos benefícios e portanto há uma procura muito intensa", explica Gustavo Tato Borges, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública.
A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública diz que a solução para este problema passa por transferir todo o processo para a Segurança Social.
"Numa única consulta com profissionais habilitados porque a maioria deles tem avaliação de dano físico teriam uma capacidade de resposta muito mais rápida e muito mais simples para o próprio utente, que apenas tinha que recorrer a uma entidade, ter uma consulta e resolveria a maior parte dos seus problemas", esclarece Gustavo Tato Borges.
Em alguns casos, a ajuda para pagar as terapias que só se encontram no setor privado chegam a custar 600 euros por mês. O Serviço Nacional de Saúde é uma alternativa, mas a resposta é demasiado lenta.
Por causa da falta de acesso a estas consultas, há quem não consiga aceder aos benefícios sociais a que tem direito e outros temem o corte nas ajudas.