Vivem debaixo de um viaduto em Campanhã, paredes meias com o comboio e o rio. São cerca de 30 migrantes de Marrocos, Tunísia e Argélia, que há vários meses fazem de tendas casa.
Num relato à SIC, um dos migrantes explicou as principais dificuldades que é viver nesta situação.
"Não há eletricidade, não temos água para tomar banho. As pessoas que trabalham, depois do trabalho vêm para cá e vão fazer o quê? Precisam de tomar banho para trabalharem no dia seguinte.", disse.
Uns têm trabalho, outros continuam à procura, a rotina repete-se a cada dia: deixam o acampamento e rumam à cidade, com o anseio de que a sorte lhes bata à porta.
"Estamos aqui porque não temos escolha"
"Estamos aqui porque não temos escolha, não temos casa. É por isso que estamos aqui. Não temos ajuda, nem habitação social para dormir, não podemos dormir na casa de ninguém, não temos ninguém que nos possa ajudar. Estamos aqui porque não temos escolha.", é um relato de revolta por quem desespera por ajuda.
A Câmara Municipal do Porto diz que o caso já estava sinalizado e foi encaminhado para os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A SIC contactou o SEF para mais esclarecimentos, mas até ao fecho desta reportagem não obteve resposta.