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PSD: "O 25 de Abril é uma data dos portugueses e para os portugueses"

Joana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, e Paula Cardoso, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, foram convidadas da Edição da Tarde da SIC Notícias, onde esclareceram as suas posições sobre a participação de Lula da Silva nas celebrações do 25 de Abril, anunciada por Gomes Cravinho.

Assembleia da República
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Desde o anúncio do ministro dos Negócios Estrangeiros da presença de Lula da Silva na Assembleia da República na sessão solene do 25 de Abril, cada partido tem mostrado o seu desagrado quanto à decisão do Governo. Porém, o BE defende a sua participação e o PSD prefere que haja uma sessão exclusiva para o Presidente brasileiro.

Gomes Cravinho cometeu outra “gafe” de acordo com o Partido Social-Democrata, ao ter anunciado a participação do presidente brasileiro, Lula da Silva, na sessão solene da Revolução dos Cravos.

Já a Iniciativa Liberal anunciou que não vai assistir a essa participação e ameaçou não estar presente no parlamento caso tal se suceda.

O Bloco de Esquerda não discorda da vinda de Lula, mas sim da forma como foi decidido e anunciado, segundo Joana Mortágua.

"Pode ser uma boa ideia se a Conferência de Líderes assim o decidir. Lula da Silva não é um líder qualquer, ele é encarado como o regresso da democracia ao Brasil, depois da derrota de um líder de extrema-direita, Jair Bolsonaro. O que não é boa ideia é ser o ministro dos Negócios Estrangeiros a decidir ou a anunciar uma decisão que cabe ao parlamento tomar, venha ou não da silva (…) não é boa ideia o Governo decidir isso", referiu a deputada.

A deputada ainda realçou que foi claramente ultrapassada a linha que separa os poderes políticos.

“Nós dissemos logo quando saiu noticia, o Pedro Filipe Soares foi muito rápido a dizer que era preciso respeitar a separação de poderes, não sei o que levou o ministro a fazer esse anúncio, não sei que tipo de combinação, se é q existe alguma ,com o presidente da Assembleia da República e por mim vale a sua palavra, que disse que está tudo por decidir”, esclareceu.

Este parece ser o único problema do BE com a decisão, dado que, segundo Joana Mortágua, "o Bloco de Esquerda não se oporá (…) Lula da Silva representa a democracia num pais que é muito importante no mundo e nas relações com Portugal"

Do outro lado da bancada, Paula Cardoso, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, refere, também, que esta decisão demonstra mais uma incapacidade de Gomes Cravinho e da falta de noção das competências de cada poder.

“O PSD estaria sempre descansado, porque esta é uma decisão que cabe ao parlamento, sob pena de estarmos a violar a separação de poderes. Queria só deixar nota que acho importantíssimo e simbólico a vinda do presidente Lula a Portugal neste período, o que o PSD lamenta é mais uma gafe daquelas dispensáveis e imperdoáveis que nos vem habituando o ministro dos Negócios Estrangeiros.”,

Apesar de achar importante a vinda do presidente do Brasil, o PSD não concorda com a sua participação na sessão solene e sugere, até, outra cerimónia que vá de acordo com o contexto da visita de Lula da Silva

"Não somos muito favoráveis a que um dia que é um dia de Portugal não obedeçam ao que habitualmente é feito nesse dia. Acho que é muitíssimo importante a presença do presidente Lula a Portugal, é tão importante que merecia até uma sessão especial para receber o presidente Lula e deixar discursar, mas não nesse dia."

Tendo essa sugestão em conta, a deputada social-democrata frisa que “o dia 25 de Abril é uma data dos portugueses e para os portugueses”.