No último dia de greve da Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal voltaram a ser suprimidos vários comboios, milhares de passageiros foram afetados nos últimos dias e já há previsão de nova greve o setor.
Os avisos sonoros nas estações repetem-se ao longo do dia, a espera chega a ser de horas para conseguir entrar num comboio. Na estação de Benfica, na manhã desta segunda-feira, foram suprimidos dezenas de comboios.
As reclamações por estes dias têm sido uma constante, uma vez que a paralisação afeta de uma forma direta o dia a dia das pessoas.
"Ontem tive boleia, mas hoje já vou chegar atrasada, mais uma vez. É lamentável, pagamos o passe, já lá está o dinheiro e a gente é que é prejudicada", disse á SIC uma cliente da CP.
Há quem chegue ao trabalho fora de horas e isso influência as contas no final do mês, "Cheguei ao trabalho às 10 horas, o patrão não me vai pagar aquelas duas horas, esse é o problema, é que eu trabalho com horas.", salientou outro dos utilizadores.
Os mais afetados pela greve dizem não entender os motivos. Depois de quatro dias marcados pela paralisação, os passageiros sentem-se revoltados.
"Não sei porque é que não resolvem logo isso, passa uma semana greve, outra semana greve, porque é que o governo não resolve? Quem está a ser afetado é a classe trabalhadora.", disse um cliente que esperava por um comboio já há mais de uma hora.
A revolta é generalizada e muitos utilizadores questionam que pagam para um serviço que não têm "Todos os meses a gente tem que pagar o passe, o governo tem de ver essa situação porque quem está a ficar penalizado somos nós".
A adesão à greve ronda os 80%. Os trabalhadores da Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal exigem aumentos salariais que acompanhem o aumento generalizado dos preços.
Esta quinta-feira é o último dia de paralisação, mas, entretanto, foram conhecidos novos pré-avisos de greve de 10 a 17 de março.