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Morreu o advogado José Manuel Galvão Teles

Advogado há 60 anos, José Manuel Galvão Teles “foi um jovem empenhado na construção e na luta ativa pela democracia, um político convicto da importância dos direitos fundamentais e foi, também, um homem de família e um homem de cultura”.

Morreu o advogado José Manuel Galvão Teles
SIC Notícias

“É com uma imensa tristeza e pesar que a Morais Leitão comunica o falecimento do seu sócio fundador José Manuel Galvão Teles, aos 84 anos”. A sociedade Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados recorda, em comunicado, o percurso de “um homem de família e um homem de cultura” mas também de causas.

“Advogado há 60 anos, José Manuel Galvão Teles foi um jovem empenhado na construção e na luta ativa pela democracia, um político convicto da importância dos direitos fundamentais e foi, também, um homem de família e um homem de cultura”.

José Manuel Galvão Teles fundou a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, “fusão de dois dos principais escritórios de advocacia, tendo contribuído centralmente para uma advocacia empenhada e leal no serviço aos clientes, no quadro e na defesa de um Estado de direito liberal e democrático”.

“Sempre viu a advocacia como uma continuação do seu exercício de cidadania, a par da vida política, social, humana e cultural, tendo sido justamente homenageado com a Medalha de Honra da Ordem dos Advogados em 2010”.

A sua experiência na advocacia portuguesa “é, em si mesma, uma representação fiel da história político-económica do nosso país". Defendeu "réus acusados de crimes políticos durante o Estado Novo, participou em processos internacionais pela paz e contra o Apartheid, consolidando no Portugal democrático uma carreira dedicada às fusões e aquisições, mas também ao contencioso, tendo patrocinado algumas das ações cíveis de maior valor julgadas em tribunais portugueses e, com sucesso, alguns dos mais importantes e mediáticos processos-crime”.

Para lá da advocacia, José Manuel Galvão Teles foi membro do Conselho de Estado, embaixador de Portugal junto das Nações Unidas de 1975 e 1976 – “num período fundamental para a negociação da descolonização” –, e chefe de delegação em importantes missões de natureza política e económico-financeira.

Galvão Teles foi também, durante muitos anos, administrador não executivo do grupo Impresa.

Em 2005 foi agraciado pelo antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, tendo sido muito recentemente, em novembro de 2022, condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Oportunamente, informa a sociedade Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, serão partilhadas informações sobre as cerimónias fúnebres.