A bastonária dos enfermeiros, Ana Rita Cavaco, classifica a greve dos enfermeiros do setor privado como “momento histórico”, porque “nunca tinham feito greve ”.
As reivindicações destes profissionais “são de toda a justiça”: “As reivindicações que eles têm são justíssimas e dou os parabéns por finalmente terem avançado para uma forma de luta, porque são tão enfermeiros os do Serviço Nacional de Saúde como estes”.
Quanto a números, Ana Rita Cavaco diz que os sindicatos falam numa adesão “muito, muito elevada”, na ordem dos “90%”. E deixa críticas à “forte coação e ameaça sob estes enfermeiros para não aderirem à greve”, o que considera ser “lamentável”.
Ana Rita Cavaco revela ainda casos que contrariam “frontalmente uma norma da própria Direção-Geral da Saúde”: “Os enfermeiros do grupo CUF são obrigados a levar as suas fardas para casa para as lavar”. E, por isso, a bastonária recorda as declarações do diretor executivo do SNS, onde este defende “que aquilo que se faz no SNS também tem de ser cumprido pelos grupos privados”.
“Há um conjunto de questões que têm de ser resolvidas, as questões laborais, mas não só”, diz.
Quanto a margem para diálogo, Ana Rita Cavaco considera que existe sempre, mas entende que “havia aqui alguma vantagem em haver uma negociação mais próxima com cada grupo privado”.