As ministras da Presidência e da Habitação, Mariana Vieira da Silva e Marina Gonçalves, respetivamente, reagiram, esta manhã, às duras críticas que Cavaco Silva fez, este fim de semana, ao Governo, em particular à resposta que está a dar à crise na habitação.
“A atual crise é resultado do falhanço da política do Governo no domínio da habitação nos últimos sete anos, com custos sociais muito elevados para milhares de famílias", afirmou o ex-chefe de Estado, na conferência que assinalou os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), uma iniciativa da Câmara de Lisboa.
E esta segunda-feira, chegou a resposta do Executivo. À margem da assinatura, em Matosinhos, de um protocolo para a reabilitação de dois edifícios, devolutos há mais de 20 anos, para a construção de 105 fogos para famílias carenciadas, a ministra da Habitação mais do que reagir diretamente às duras críticas de Cavaco Silva preferiu defender as políticas do Governo.
“A crítica é feita a um programa de mobiliza património devoluto há décadas para responder às famílias. Portanto, diria que vamos falar da concretização do programa e perceber se as críticas são justas ou não. O 1.º Direito é um programa fundamental, estrutural para as políticas de habitação (…) e as críticas que lhe são devidas se forem construtivas para melhorar o programa são sempre bem-vindas, quando são críticas que não correspondem à realidade, diria que mais do que responder evidenciamos a concretização de um direito fundamental no terreno”, declarou.
Mais assertiva foi a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. “Esse é sempre o nosso foco: procurar dirigirmo-nos àquelas que são as prioridades. Aqueles que só sabem criticar e que não têm contribuído para a construção de alternativas, ficam com essas críticas. Ao Governo cabe contribuir para melhorar e para resolver os problemas dos portugueses", salientou.
“Falhanço”, diz de Cavaco
O ex-Presidente da República Cavaco Silva considera que a crise na habitação "é resultado do falhanço" da política do Governo", manifestando "muitas dúvidas" quanto ao sucesso do pacote do Executivo, que tem um "problema de credibilidade".
Apesar de identificar medidas positivas, como o fim dos vistos gold, Cavaco Silva destacou, sobretudo, as “medidas negativas”. "Como o historial do Governo dos últimos sete anos não é positivo em matéria de cumprimento de promessas feitas, o novo programa de habitação sofre do problema de credibilidade próprio das políticas do atual executivo", concluiu..
Na plateia, que assistia à conferência dos 30 anos do PER, estava o autarca Carlos Moedas, o líder do PSD, Luís Montenegro, e, por exemplo, Luísa Salgueiro, autarca de Matosinhos e presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP), que abandonou a sala sem explicar porquê e para espanto de alguns, como Maria Cavaco Silva.
