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Inflação: Costa pede prudência ao BCE nas políticas monetárias

António Costa voltou a referir a subida das taxas de juro, medida adotada pelo BCE para combater a inflação, mas que o primeiro-ministro considera ineficaz em comparação às medidas implementadas pelos governos.

António Costa, primeiro-ministro
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O primeiro-ministro volta a criticar as medidas adotadas por Christine Lagarde ao comando do Banco Central Europeu (BCE) devido à ineficácia no combate à inflação com a subida das taxas de juro.

Já na quarta-feira, António Costa tinha demonstrado o seu desagrado relativamente aos aumentos das taxas de juro pelo BCE. Esta sexta-feira reforçou a sua posição e afirmou que quem tem tentado mitigar os estragos que a inflação provoca são os governos.

"Se a inflação tem estado a ser controlada deve-se, em primeiro lugar, às medidas que os governos têm adotado para controlar a evolução do preço energia, em segundo lugar, às medidas que têm sido adotadas para controlar o aumento dos custos de produção, nomeadamente no setor agrícola", explicou.

Para o primeiro-ministro, a inflação tem “causas muito específicas” e, por isso, as “contribuições significativas da subida da taxa de juro para controlar a inflação não se verificaram”.

Por último, Costa assinalou que é preciso muito cuidado por parte de Lagarde e as instituições europeias, tendo em conta as economias de cada país.

“Convém que o BCE seja muito prudente relativamente à forma como está a conduzir esta política monetária, esta inflação é muito distinta das causas habituais”, afirmou.

Euribor

A taxa Euribor subiu esta sexta-feira a três meses para um novo máximo desde dezembro de 2008, voltando para um valor acima de 3%, e desceu a seis e a 12 meses face a quinta-feira.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 3,533%, menos 0,045 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 09 de março.

Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.