O Sindicato Independente diz que há centros de saúde que estão a usar os médicos ainda em formação para fazer consultas sem supervisão a utentes que não têm médico de família. Em resposta, o ministro Manuel Pizarro lembra que os clínicos que estão a fazer a especialidade já são médicos de formação.
Os médicos que terminam o curso de medicina e passam por um ano de exercício podem escolher uma especialidade e são chamados de internos. Os que ambicionam ser médicos de família seguem a medicina geral e familiar e começam a estagiar num centro de saúde.
O Sindicato Independente dos Médicos denuncia que há clínicos em formação que no segundo e no terceiro ano já estão a fazer consultas sem supervisão para dar resposta aos milhares de utentes que estão sem médico de família.
O ministro da Saúde diz desconhecer a situação, mas não vê problemas, defendendo inclusive que os internos são médicos com formação.
"Qualquer médico que esteja num dos internatos de especialidade já tem um certo grau de autonomia. Um médico em Portugal não precisa de ter uma especialidade para ter autonomia", defende Manuel Pizarro.
Antes do internato, os médicos podem exercer clínica geral e podem fazê-lo durante toda a vida profissional, no privado sem restrições. O Sindicato diz que em causa está a qualidade da formação.
"O Ministério da Saúde devia estar muitíssimo preocupado quando permite, em serviço de urgência, médicos sem diferenciação de fazer em vez de privados, portanto, não podemos nivelar por baixo", adianta Jorge Roque da Cunha.
A Ordem dos Médicos confirma que também recebeu denúncias admite que os internos apenas podem realizar consultas a partir do terceiro ano e sempre com supervisão.
À SIC, o agrupamento de Lisboa Norte diz que a população sai a ganhar se os médicos internos puderem ajudar nas consultas.