Há um mês, o presidente da Câmara de Lisboa defendia a entrada de imigrantes, mediante contratos de trabalho que preencham contingentes de mão de obra necessária. Paralelamente, a sondagem do ICS/ISCTE confirma que 72% dos inquiridos “concorda total ou parcialmente” com a ideia, excluindo casos de refugiados.
Já o líder do PSD, Luís Montenegro, defendeu que Portugal deve “procurar pelo mundo” as comunidades que possam interagir melhor com os portugueses. Ora, de acordo com a sondagem para a SIC e Expresso, 59% “concorda” ou “tende a concordar”, enquanto 30% “discorda parcial ou totalmente”.
Estes resultados poderiam indiciar que a maioria dos inquiridos defende limites teóricos. Contudo, 46% “concorda” - total ou parcialmente - com a máxima de que uma sociedade decente não é compatível com a existência de quotas para emigrantes. Posição, recorde-se, defendida pela ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
De forma geral, há uma tendência para o acolhimento de migrantes provenientes de países pobres e não-europeus. Mas qual a quantidade a aceitar? Nesta questão, a corrente divide-se. Mas a maioria concorda que se “deve deixar vir algumas pessoas”.
Este inquérito do ICS/ISCTE aconteceu entre os dias 11 e 20 de março e contou com 807 entrevistas presenciais, com simulação de voto em urna. A margem de erro é de mais ou menos 3,5%, para um nível de confiança de 95%.