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Saúde: 80% dos vales de cirurgia foram recusados em 2022

O Estado apoia o custo do transporte do doente, os exames e tratamento pós-cirurgia e o ato cirúrgico, mas a grande maioria das recusas é justificada com a longa distância do hospital a casa e a falta do indispensável acompanhamento.

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80% dos utentes recusam os vales para cirurgias mais rápidas. A medida foi criada em 2004 por causa das listas de espera, mas o Ministério da Saúde já admitiu que está a trabalhar para tornar mais funcional o vale para operações.

As listas de espera para cirurgias no Serviço Nacional de Saúde levaram o Estado a criar em 2004 vales que permitem aos doentes ser operados mais rapidamente em outras unidades privadas, sociais ou pública.

O Estado apoia o custo do transporte do doente, os exames e tratamento pós-cirurgia e o ato cirúrgico, mas segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde, avançados pelo Diário de Notícias no ano passado, dos mais de 165 mil vales emitidos apenas 21% foram aceites.

A grande maioria das recusas é justificada com a longa distância do hospital a casa e a falta do indispensável acompanhamento.

Há, também, casos em que os médicos designados no privado operam também no hospital público que emite o vale e a lei não permite que realize a operação.

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares defende que é preciso melhorar o vale cirurgia.

Ao Diário de Notícias, o Ministério da Saúde garantiu que está a avaliar esta e outras medidas para tornar mais funcional o sistema

Atualmente e sempre que é excedido o tempo máximo de espera, que em oncologia, por exemplo, é de 60 dias, o utente recebe um vale e tem 22 dias para aceitar e escolher dentro da lista de unidades propostas.

Se aceitar, terá de aguardar a data de agendamento da cirurgia se recusar entra de novo na lista de espera.

Mesmo com 80% de recusas no ano passado, o Estado gastou mais de 43 milhões de euros com os vales e mais de 45 milhões, em 2021.