A pouco mais de uma semana do 49.º aniversário da Revolução dos Cravos, a Conferência de Líderes reuniu e aprovou, esta quarta-feira, uma sessão de boas-vindas ao Presidente do Brasil apenas uma hora e meia antes da sessão comemorativa do 25 de Abril. O que não agradou a Chega e IL, que consideram não ser o dia mais indicado para receber o chefe de Estado brasileiro.
Apesar de a porta-voz da Conferência de Líderes, Maria da Luz Rosinha, ter dito aos jornalistas que não houve oposições à cerimónia de boas-vindas ao Presidente do Brasil, essa informação foi posteriormente desmentida pelo Chega.

“Somos contra esta cerimónia de boas-vindas ao Presidente brasileiro. Não faz sentido misturar a Revolução dos Cravos, retirar importância ao 25 de Abril, para recebermos o Presidente do Brasil, ainda por cima em duas sessões seguidas, onde as entidades convidadas para o 25 de Abril estarão também presentes na sessão solene de boas-vindas ao Presidente brasileiro. Não faz sentido, e tivemos oportunidade de dizer isso ao presidente da Conferência de Líderes (…), fomos uma vez mais o único partido a dizer que repudiamos e recusamos que o Presidente Lula venha no dia 25 de Abril a esta sessão solene", disse Pedro Pinto, líder do Grupo Parlamentar do Chega, aos jornalistas.
Nestas declarações, Pedro Pinto prometeu ainda que “o Chega sairá à rua” nesse dia para “uma grande manifestação em Lisboa contra essa vinda”, a de Lula da Silva.
Também a Iniciativa Liberal (IL), pela voz do líder parlamentar Rodrigo Saraiva, manifestou-se contra esta duplicação de sessões no dia da Revolução dos Cravos.
“Discordámos desta conjugação das sessões, é quase um dois em um” mas, vincou, “isto só pode ser novidade para quem esteve pouco atento. Há cerca de um mês, mês e meio, quando esteve tema esteve a ser debatido, alertamos para este possível cenário, dizendo que discordávamos que a sessão de boas-vindas ocorresse no dia 25 de Abril”.
A IL não é contra a presença no Parlamento do Presidente do Brasil mas, esclareceu Rodrigo Saraiva, devia “ser recebido nesta casa da forma protocolar, como irá ocorrer, mas noutro dia”, não o dia em que se assinala a Revolução dos Cravos.