Há algumas semanas, na apresentação do programa das comemorações dos 50 anos do PS, o presidente do partido explicou o porquê de José Sócrates não ser convidado, mas esta sexta-feira, em entrevista à rádio TSF e ao Diário de Notícias, João Soares relança a questão do convite.
“Acho que todas as pessoas que ocuparam lugares de liderança no PS devem ser convidados. O José Sócrates fez uma grande asneira um tipo que foi líder não se demite, [mas] deve ser convidado, na minha modesta opinião. Como aliás António José Seguro (…) e Vítor Constâncio, no plano pessoal não tenho nada contra ele, acho só que foi um imenso erro de casting”, disse o antigo ministro, que se demitiu do Governo XXI (o primeiro de António Costa) apenas cerca de cinco meses após a tomada de posse.
Mas há, segundo explicou recentemente o presidente do PS uma razão para o convite não ter sido endereçado a José Sócrates. Na conferência de imprensa, onde foi apresentado o programa das comemorações, Carlos César referiu que o PS convida “os ex-secretários-gerais que são membros do partido”.
Ora, destacou à data, “o engenheiro José Sócrates desligou-se por livre vontade e não nos compete agora confrontá-lo com a sua opção”.
A (des)vantagem de ser filho de Mário Soares
Nesta entrevista, ao programa Em Alta Voz, da TSF e do Diário de Notícias, João Soares fala ainda sobre a “desvantagem imensa" que foi para ele ser filho de Mário Soares.
"O meu pai teve (…) uma influência muitíssimo grande, porque é de facto uma personalidade notabilíssima, foi um grande privilégio mas paguei também um preço terrível. O PS tem uma tradição republicana e, obviamente, que nunca tive espaço no PS para coisa nenhuma, o meu apelido funcionava na prática como uma desvantagem imensa”, desabafou.