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Quando António Costa "se esconde, qual a ideia que os portugueses têm de governação?"

Luís Montenegro considera que "começa a ser uma situação de um Governo que não tem emenda", mas não se compromete com uma moção de censura por parte do PSD. O social-democrata acusa, ainda, António Costa de "cobardia política".

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou esta segunda-feira o primeiro-ministro de "cobardia política" e de "perder autoridade" ao manter o silêncio quanto à polémica sobre a fundamentação jurídica dos despedimentos na TAP, sem se comprometer com uma moção de censura.

Em declarações aos jornalistas à margem de um almoço no âmbito da iniciativa 'Sentir Portugal', em Sintra, Luís Montenegro lamentou que António Costa não tenha ainda esclarecido os portugueses sobre as contradições entre vários ministros do seu Governo.

“Este silêncio representa o quê? Medo? Representa uma postura de cobardia política? O primeiro-ministro já não consegue justificar o que os seus ministros andam a fazer”, disse Luís Montenegro.

Para Luís Montenegro, a contradição e falta de coordenação do Governo mostra que estão de “braços caídos” e com a “moral em baixo” para governar. Isto porque, esta sexta-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, veio dizer: “nós tentamos ser coordenados”.

E a atitude de António Costa preocupa o líder social-democrata que explica o que deve fazer um chefe do Governo.

“O chefe do Governo tem de chefiar o Governo. Tem de falar ao país, tem de tranquilizar o país. Quando o chefe do Governo se esconde, qual a ideia que os portugueses têm sobre a sua governação?”, perguntou.

Luís Montenegro considerou que "começa a ser uma situação de um Governo que não tem emenda", mas, questionado se o PSD irá avançar com uma moção de censura ao executivo, não se comprometeu com o uso desse instrumento parlamentar.

"O governo é censurado pelo PSD desde o primeiro dia, agora começa a ser de facto uma conclusão a extrair da incapacidade do primeiro-ministro em pôr ordem na casa, ainda por cima com este silêncio", afirmou.

"Se o primeiro-ministro acha que ainda não há matéria para se pronunciar, isso só pode significar cobardia política, medo e falta de liderança, e isso é muito mau para ele, para o Governo e para o país", considerou.

Para Montenegro, “cada minuto de silêncio significa perda de autoridade, perda de credibilidade e perda de liderança na chefia do Governo”, concluiu.