Dos 22 portugueses que estavam no Sudão, 11 já foram retirados do país, revelou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gomes Cravinho, aos jornalistas no Porto, onde se encontra a acompanhar a visita de Estado do Presidente do Brasil, Lula da Silva
"Fomos descobrindo mais alguns [portugueses] à medida que a situação se agravava e eles começaram a contactar as nossas autoridades", disse.
Segundo o ministro, 11 portugueses estão no Djibouti, 10 já estão a caminho das fronteiras: ou Port Soudan ou com o Egito.
Apenas um português dos 22 quis permanecer no Sudão. "Está numa zona relativamente segura do sul do país", garantiu.
“Ainda não estão todos fora do país, mas estão todos fora da situação de maior perigo. Mas até estarem todos fora do país, até estarem todos em território nacional, continuaremos a acompanhar e a apoiar”.
Espanha anunciou que conseguiu retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo portugueses, num avião militar para o Djibuti. Também a Itália anunciou a retirada de 136 pessoas de Cartum, entre eles portugueses.
“Com a missão espanhola veio uma [pessoa] que já está em Madrid, outros [portugueses] vieram com apoio francês, outros num comboio das Nações Unidas, outros num comboio internacional. Há um conjunto de meios de retirada que está em curso”.
Gomes Cravinho explicou que o Ministério da Defesa se juntou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros nos esforços para a retirada dos portugueses retidos no Sudão, tendo a diplomacia portuguesa contactado "todos os cidadãos nacionais conhecidos", como anunciou este domingo o Governo em comunicado.
Segunda semana de confrontos
O Sudão entrou na segunda semana de violentos combates, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).