País

Certificados de aforro são, "atualmente, a melhor aplicação de poupança, com boas perspetivas de rendimento"

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) diz que os clientes não se devem deixar "enganar pela subida das taxas dos depósitos a prazo" e que nas ofertas de novos depósitos, com melhores remunerações, devem ler bem as condições desse produto financeiro.

Certificados de aforro são, "atualmente, a melhor aplicação de poupança, com boas perspetivas de rendimento"
Canva

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) advertiu que os clientes bancários têm de estar atentos às condições dos depósitos, para compreenderem bem as ofertas mais atrativas de alguns bancos, considerando que os certificados de aforro ainda continuam a ser mais vantajosos.

Em comunicado, esta segunda-feira, a DECO diz que os clientes não se devem deixar "enganar pela subida das taxas dos depósitos a prazo" e que nas ofertas de novos depósitos, com melhores remunerações, devem ler bem as condições desse produto financeiro.

"Muitas vezes estas contas oferecem taxas de juro acima dos 2%, uma percentagem considerada muito atrativa em termos de retorno de investimento. Contudo, é nas entrelinhas que se distinguem as melhores escolhas, mediante as necessidades pessoais de cada consumidor - quer sejam imediatas ou futuras", referiu a DECO.

A associação detalha os vários pontos a que os clientes devem estar atentos: as taxas de rendimento, que variam consoante o tempo de permanência do dinheiro, o montante e que podem ser fixas ou crescentes e até depender da contratação de outros produtos; o prazo da poupança (varia, geralmente, entre um a cinco anos); a mobilização (ou seja, quanto tempo o dinheiro tem de estar no bancos sem o cliente poder mexer nele); qual o montante mínimo exigido no depósito.

Citado no comunicado, o especialista em assuntos financeiros da DECO Proteste, António Ribeiro, afirmou que "estas novas contas servem, sobretudo, para aliciar novos clientes e fazem-no com um discurso muito focado nas taxas máximas oferecidas", mas que é "importante sensibilizar os consumidores para todas as variáveis que acompanham este tipo de ofertas bancárias e que podem influenciar a decisão de investimento".

Ainda segundo o responsável da DECO, apesar das melhores ofertas de alguns bancos, os certificados de aforro são, "atualmente, a melhor aplicação de poupança, com boas perspetivas de rendimento".

Em março, a taxa bruta dos certificados de aforro atingiu o limite máximo de 3,5%, o que corresponde em termos líquidos 2,5%.

A subida das Euribor, nomeadamente do indexante a três meses - que é usado na fórmula de cálculo da taxa de juro dos certificados de aforro - tem aumentado a procura por este produto de investimento, numa altura em que as taxas de juro oferecidas pela banca para os depósitos a prazo registam valores inferiores à remuneração destes títulos de dívida pública.

Os principais bancos têm vindo a apresentar os resultados do primeiro trimestre, estando os lucros a ser beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida nos depósitos, segundo analistas contactados pela Lusa.