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Como resolver a crise na habitação? Há um estudo a apontar novas soluções

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Desde de 2016 que os preços da habitação não param de subir e atingiram valores bastante superiores à média da União Europeia. As conclusões são de um estudo que procura identificar as respostas para os principais problemas do setor.

A pergunta que é ponto de partida de um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos tem nas respostas a diversidade de um país desigual e assimétrico na distribuição da população compreende inevitavelmente soluções diferentes para um problema ainda assim comum.

“É muito difícil alguém ter sucesso escolar, ter boa qualidade de saúde senão tiver habitação que lhe dê conforto e dignidade”, refere Vera Gouveia Barros, consultora da Universidade Técnica

“Um papel fundamental que o Estado tem, também, é promover o ordenamento do território e a qualificação do mesmo e combater a assimetria que o nosso território tem”, explica Ricardo Guimarães, diretor confidencial imobiliário.

Mais de 40% da população vive nas grandes áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa.

“A grande maioria vive em casa própria e essa casa representa mais de 90% do património que as famílias têm”, diz Vera Gouveia Barros.

Portugal é um país de proprietários essencialmente com valores superiores à média da União Europeia, a forma dominante de aplicação de poupanças da população, ainda assim, nos últimos anos o mercado imobiliário tem enfrentado o agravamento das condições de crédito, mas também o aumento dos preços por metro quadrado.

A prova disso está no facto de se sair cada vez mais tarde de casa dos país. Só a Croácia é que tem um cenário pior do que o português.

Na ponta oposta estão os suecos que saem de casa, catorze anos antes dos portugueses.

Porque é que isto acontece?

O problema pode estar no preço das casas nos grandes centros urbanos, agravado pela pressão turística. Desde 2016 que o valor da habitação não para de aumentar e Portugal está muito acima da média da União Europeia.

Mesmo com a pandemia a travar o aumento das licenças de alojamento local, o valor médio das rendas continua a subir, mas o problema também passa pela falta de oferta.

“Faltam casas, mas também há casas que apesar de tudo estão vagas e disponíveis e é preciso atraí-las para o mercado”, esclareceu Ricardo Guimarães

Num inquérito foram sugeridas várias medidas para lidar com o problema da habitação e entre as sugestões dadas as que reúnem maior consenso são: limitar os valores das rendas e reduzir os impostos no mercado.

É o que o país vizinho, Espanha, tem feito. Tiveram de aprender a lidar com a pressão turística e os efeitos da atração de investimento estrangeiro, bem antes de Portugal.