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Sindicato convoca greve dos enfermeiros para sexta-feira

A greve, que assinala o Dia Internacional do Enfermeiro, decorrerá entre as 08:00 e as 24:00. Apesar dos serviços mínimos, o sindicato espera uma forte adesão e apela a uma concentração, às 11:00 da manhã, em frente ao Ministério da Saúde.

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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou esta terça-feira uma greve para sexta-feira acompanhada de uma concentração em frente ao Ministério da Saúde para exigir melhores condições de trabalho e a contratação de mais profissionais.

A greve, que assinala o Dia Internacional do Enfermeiro, decorrerá entre as 08:00 e as 24:00.A concentração, que contará com a presença de delegados, dirigentes e ativistas sindicais, está marcada para as 11:00 em frente ao Ministério da Saúde, avançou o presidente do SEP, José Carlos Martins, em conferência de imprensa na sede do sindicato na Avenida 24 de Julho, em Lisboa.

A paralisação deve-se ao agravamento das condições de trabalho com o aumento do recurso a trabalho extraordinário e consequente cansaço dos enfermeiros, sendo expectável que se intensifiquem as formas de luta, adiantou.

Profissionais exigem ao Governo “dois ou três domínios de solução”

José Carlos Martins referiu que, "com esta ação de luta e com esta comemoração simultânea", os enfermeiros querem exigir ao Ministério da Saúde, na linha do que têm vindo a exigir e de ações de luta a desenvolver, "dois ou três domínios de solução para outros tantos problemas".

"Desde logo de forma muito clara que o Ministério da Saúde emita orientações ainda sobre a justa e legal contagem de pontos para efeitos de progressão na carreira e que emita uma orientação também no sentido das enfermeiras que estiveram grávidas e que não transitaram por essa razão para a categoria de enfermeiro especialista que sejam emitidas orientações no sentido de transitarem para essa nova categoria", defendeu.

Os enfermeiros também reivindicam a reposição da paridade salarial entre a carreira de enfermagem e a carreira técnica superior da Administração Pública, bem como a aposentação mais cedo.

"E historicamente ainda hoje se verifica de uma forma tão acentuada a carência de enfermeiros e por isso exigimos a admissão de mais enfermeiros e a regularização dos vínculos precários que ainda hoje existem", disse José Carlos Martins.

Sindicato espera respostas no “mais curto espaço de tempo”

Questionado sobre se dão algum prazo para o Ministério da Saúde emitir essas orientações, José Carlos Martins afirmou que esperam que seja agendada uma reunião no "mais curto espaço de tempo, com vista à discussão destas matérias".

Caso o Ministério da Saúde não reúna e não resolva as questões que os enfermeiros estão a exigir, disse, "os órgãos do SEP irão decidir como é que irão continuar as formas de luta".

José Carlos Martins lembrou que os enfermeiros conquistaram "um diploma importante" sobre a contagem de pontos, mas vincou que a sua aplicação prática nas instituições está a determinar várias injustiças.

"Temos vínculos precários que não são contados para efeitos de progressão, interrupções entre contratos que são consideradas interrupções e não contam todo o tempo de serviço para trás e enfermeiros que foram promovidos a uma categoria superior, nomeadamente a chefes e a especialistas e que agora ficam atrás na remuneração de colegas mais novos sem a especialidade", exemplificou.

Profissionais vão cumprir serviços mínimos

O presidente do SEP disse esperar "uma boa adesão" à greve na qual serão cumpridos os serviços mínimos.

"Há muitos anos que, de uma forma responsável, assumimos os serviços mínimos (...) e nunca nas greves do SEP houve qualquer problema digno de registo com os utentes", declarou.