Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia vão poder assegurar os chamados partos normais, que apresentem um baixo risco de complicações.
A orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) foi publicada na quarta-feira e clarifica o papel de cada profissional de saúde desde o internamento da grávida às primeiras horas de vida do bebé. Acaba por oficializar o que já é prática corrente em vários hospitais do país e resulta de uma proposta da comissão que estudou soluções para fazer face à falta de médicos nas maternidades, já que cerca de 80% dos partos em Portugal são considerados normais.
O documento esclarece que os cuidados de saúde durante o parto devem ser assegurados por uma equipa multidisciplinar e distingue situações de baixo risco e de vigilância acrescida. Determina ainda que, nos partos mais complexos e que exigem o uso de instrumentos, o responsável a atuar será sempre um médico de obstetrícia e ginecologia.
À SIC, o presidente do Colégio da Especialidade de Ginecologia/Obstetrícia da Ordem dos Médicos adiantou que nem o Colégio, nem a Ordem emitiram qualquer parecer sobre a proposta porque não foram sequer ouvidos pela comissão.
A orientação da DGS vai ser debatida pelos médicos no sábado, numa reunião em Coimbra, no final da qual será divulgada uma posição oficial. No entanto, é já certo que há vários pontos com os quais não concordam.