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Barroso, Arnaut, Stillwell... quem são os portugueses que vão estar na reunião mais exclusiva do mundo?

A lista de convidados para a reunião do Clube de Bilderberg só é divulgada na noite de quinta-feira quando os convidados já estiverem todos em Lisboa e a esmagadora maioria hospedada no Pestana Palace, onde decorrerão os trabalhos. Mas desta vez estarão mais portugueses do que é habitual.

Lisboa
Lisboa

É a maior participação portuguesa dos últimos anos na reunião do Clube de Bilderberg. Depois de contingentes mais discretos em 2018, 2019 ou 2022 - as reuniões foram interrompidas nos dois anos de pandemia - o encontro deste ano deverá ter sete portugueses. Dois nomes são evidentes - José Manuel Durão Barroso e Francisco Pinto Balsemão - por pertencerem ou terem pertencido ao comité de direção do Clube de Bilderberg. Mas desta vez há mais nomes da área empresarial e dois deles são repetentes.

José Luís Arnaut já estava na lista da reunião de Bilderberg do ano passado, em Washington. O advogado e presidente da ANA Aeroportos sempre foi muito próximo de Durão Barroso, com quem trabalhou no PSD, no governo e, mais tarde, Goldman Sachs. José Luís Arnaut é sócio de um grande escritório de advogados de Lisboa, que fundou com o já falecido Rui Pena, ex-dirigente do CDS e ministro de António Guterres. Desta vez, além de convidado, terá sido, ao que a SIC apurou, uma das peças fundamentais na organização do evento em Portugal.

José Luís Arnaut
Horacio Villalobos

O segundo repetente será Nuno Sebastião, que também já estava na lista do ano passado. É CEO da Feedzai, uma tecnológica especializada em prevenção de fraudes financeiras, que se transformou num dos poucos e mais sólidos unicórnios de origem portuguesa. A Feedzai está hoje estabelecida na Califórnia, teve várias rondas de investimento de grande sucesso, o que catapultou Nuno Sebastião para a primeira linha da tecnologia e da finança mundial.

Nuno Sebastião
Feedzai

Dois nomes naturais são Miguel Stilwell de Andrade e Filipe Silva, respetivamente CEO da EDP e da Galp. Lideram duas grandes empresas portuguesas e representam a nova geração de gestores que assumiu a primeira linha das grandes empresas nacionais. Com percursos antigos dentre das duas empresas, têm em comum o facto de terem sido administradores financeiros das empresas que agora lideram, tendo grande prática na relação com acionistas estrangeiros e mercados de capitais.

Miguel Stilwell está habituado a maior exposição pública, depois de ter sucedido a António Mexia, em julho de 2020. Filipe Silva só assumiu a liderança da Galp em janeiro deste ano, depois de ser administrador financeiro da Galp durante onze anos. Os presidentes não-executivos da EDP e da Galp, João Talone e Paula Amorim, não estão na lista de convidados.

Miguel Stilwell de Andrade
NUNO VEIGA

Nome pouco conhecido em Portugal é o de Duarte Moreira, fundador da Zeno Partners (uma empresa financeira com sede em Genebra), que está à frente de uma empesa suíça – a Tellco, um grupo financeiro que tem um banco e vários investimentos, nomeadamente imobiliários - e é chairman da Vangest, um grupo industrial da Marinha Grande. É a maior surpresa portuguesa na lista de convidados.

Por fim, os nomes naturais. Francisco Pinto Balsemão foi o primeiro português a ser convidado para o clube de Bilderberg, tendo integrado o comité diretivo durante mais de duas décadas. Quando cessou funções, indicou o nome de José Manuel Durão Barroso, que hoje é membro permanente da direção.

No ano passado, Durão Barroso convidou para a reunião de Washington Nuno Sebastião e também Ana Pinho, administradora da Fundação de Serralves. Em 2019, os convidados tinham sido Fernando Medina e Estela Barbot, administradora da REN. Em 2018, as representantes portuguesas foram Isabel Mota, que estava à frente da Gulbenkian, e Paula Amorim, presidente da Galp.