Sete detidos, no âmbito da operação Babel, deverão ser presentes a um juiz esta quarta-feira. Um dos detidos é o vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, mas só será ouvido na quinta-feira. Em causa estão crimes de corrupção, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem no favorecimento de grupos imobiliários orçados em cerca de 300 milhões de euros.
A SIC sabe que Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, só será ouvido na quinta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
Os restantes interrogatórios, se começarem esta quarta-feira, decorrerão apenas na parte da tarde.
"Há um prazo de 48 horas para que os sete arguidos sejam presentes a um juiz de Instrução Criminal", lembra a jornalista da SIC Márcia Gonçalves.

Operação Babel: os detidos
Das buscas resultaram sete pessoas detidas e 12 foram constituídas arguidas.
O vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Miguel Vieira Azevedo, e outras seis pessoas, foram na terça-feira detidas pela Polícia Judiciária (PJ) durante as buscas realizadas nas autarquias de Gaia e do Porto, centradas na área do urbanismo.
Patrocínio Azevedo é líder da Concelhia do PS em Gaia há 10 anos e é o rosto que sobressai na Operação Babel. Além de vice-presidente da autarquia de Gaia, é apontado como o sucessor do atual presidente.
O CEO do grupo imobiliário Fortera, Elad Dror, há 12 anos em Portugal, também foi detido por suspeitas de corrupção. Esta terça-feira, em comunicado, o grupo garantiu estar a colaborar com as autoridades.
Há dois funcionários da autarquia do Porto entre os detidos: um jurista e uma trabalhadora da Direção Regional de Cultura do Norte.
A Câmara do Porto garante que não está diretamente visada na investigação, mas sim "empresas privadas que têm processos urbanísticos a tramitar na Câmara", admitindo, no entanto, que foram apreendidos dois telemóveis, sendo o do vereador do urbanismo um deles. O outro telemóvel pertence a uma chefe da divisão do Urbanismo.
Além do CEO da Fortera, também foi detido outro empresário ligado ao ramo do imobiliário: Paulo Malafaia. Um "velho conhecido" que recentemente já tinha sido detido no âmbito da Operação Vortex, que levou à queda do presidente da autarquia de Espinho, Miguel Reis. Na altura, o empresário acabou por sair em liberdade depois de pagar uma fiança de 100 mil euros.
A PJ investiga crimes de corrupção, prevaricação e abuso de poder ligados ao licenciamento urbanístico de projetos que ascendem os 300 milhões de euros.
