O ministro da saúde é suspeito no inquérito que tem o presidente da Câmara de Gaia como arguido. A investigação acredita que Manuel Pizarro terá tentado "meter uma cunha" para facilitar a transferência de um militante do PS para a autarquia. Tanto o ministro, como o presidente da Câmara negam qualquer envolvimento.
O nome do ministro da Saúde aparece numa lista de nove suspeitos num inquérito paralelo ao da Operação Babel.
Manuel Pizarro - que era, na altura, eurodeputado - é suspeito de ter pedido um favor político ao presidente da Câmara de Gaia, para que facilitasse a transferência de um militante do partido socialista da Câmara de Gondomar para a autarquia gaiense.
No entanto, o ministro da Saúde nega qualquer tipo de pressão.
Pizarro afirma que não se recorda da conversa, que terá sido apanhada em escutas telefónicas, e assegura que não cedeu a qualquer pressão que, na verdade, não se lembra de ter sofrido.
Da mesma forma, o ministro explica que não houve entrada na Câmara de Gaia através de um processo de mobilidade. Houve, sim, um concurso público
que o militante do PS não ganhou.
Nesse concurso, o militante ficou em segundo lugar, a muitos pontos de distância da vencedora e só poderá ficar com o cargo se ela desistir.
O mandado do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto, citado pelo jornal Público, defende que a abertura de concurso foi motivada apenas pelo pedido de Pizarro e não pelas reais necessidades de recursos humanos da Câmara, o que pode configurar um crime de prevaricação ou abuso de poder.
Operação Babel
O vice-presidente da câmara de Gaia é suspeito de ter recebido cerca de 125 mil euros e vários relógios de luxo para facilitar os empreendimentos do grupo Fortera.
O Skyline, o Alive Riverside e o Hotel Azul são os nomes dos empreendimentos feitos pelo grupo Fortera em acordo com a Câmara Municipal de Gaia que, com a sua ajuda, isenta a empresa de todas as taxas municipais - algo que é ilegal.