Jerónimo de Sousa demonstrou-se desiludido este sábado perante a polémica que envolve o Ministério das Infraestruturas e a comissão de inquérito à TAP, pois não se está a discutir o futuro da companhia aérea. Já Paulo Raimundo, confirmou que a prioridade é os “problemas das pessoas”.
O ex-secretário geral do PCP participou este sábado na Marcha pela Saúde, em Lisboa, e, apesar de não comentar a governação do Executivo de António Costa, considerou que estes casos sucessivos não dignificam “ninguém” e que as prioridades não estão alinhadas.
“Estou um pouco desiludido, porque se discutiu muitos episódios e não se discutiu aquilo que tinha a ver com o futuro da TAP, isto é uma preocupação que tenho. Não faço juízos de valor, continuo a pensar que estes episódios sucessivos não dignificam ninguém”, realçou.
Com isto, Jerónimo de Sousa aconselhou o Governo e os outros partidos políticos a terem foco naquilo que são os verdadeiros problemas.
"Hoje, os problemas são tão sérios a diversos níveis por parte dos trabalhadores e do povo... que me leva a uma consideração: tratem daquilo que diz respeito ao povo e aquilo que aflige o povo, vão ver que as coisas melhoram", apontou.
Da mesma forma, o seu sucessor, Paulo Raimundo, disse que era preciso esclarecer o que há para esclarecer, mas que o problema não se esgota no ministro João Galamba.
"O que é preciso é resolver os problemas no seu conjunto e o problema coletivo da nossa sociedade, olhar para o caso de uma pessoa em concreto, que acaba por ocupar uma parte significativa do nosso tempo, e as vidas destas pessoas continuam como estão. O caso tem importância, mas já chega, esclareça-se o que há para esclarecer", referiu o secretário-geral do PCP.
Profissionais de saúde, utentes e sindicatos saíram este sábado à rua em defesa Serviço Nacional de Saúde (SNS), com uma "forte adesão" à marcha marcada para Lisboa, Porto e Coimbra.
A iniciativa é promovida por várias estruturas sindicais ligadas à Função Pública e ao setor da Saúde, assim como pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), que pretendem o envolvimento da população na "defesa do SNS, da resposta aos cuidados de saúde e dos direitos e condições de trabalho dos seus profissionais".