As autoridades estão a investigar um esquema de venda de cartas de condução falsas a partir de 200 euros. A rede terá cúmplices no Brasil e na Guiné Bissau e tem como principais clientes condutores estrangeiros das plataformas eletrónicas.
Há cartas de condução à venda entre os 200 e 500 euros e os condutores estrangeiros de veículos TVDE a operar em Portugal são os principais clientes. É prometida uma carta de condução sem que os candidatos tenham de realizar qualquer teste teórico ou prático.
Segundo o Expresso, o esquema começa no Brasil e na Guiné-Bissau, onde os grupos mais trabalham.
Os dados são enviados pelos clientes a partir de Portugal e os documentos emitidos pelas instituições e por funcionários dos países de origem.
É com essa carta emitida, falsificada, que os pedidos chegam ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) que concede a carta portuguesa com base numa carta estrangeira.
Os principais clientes são condutores estrangeiros a trabalharem em Portugal para veículos TVDE para as várias plataformas digitais de transporte. Ao Expresso, o IMT confirma as suspeitas e que está a acompanhar os casos com queixas no Ministério Público e inquéritos a decorrer na justiça.
Nos últimos cinco anos, contam-se mais de 460 mil pedidos de troca de carta estrangeira a Portugal. A esmagadora maioria com origem no Brasil, seguido do Reino Unido e da Índia.
Desde 2019, o IMT recebeu em média quatro mil pedidos de troca de carta de condução estrangeira por mês.