País

Análise

“Montenegro procura demonstrar que é diferente de Costa quando lida com casos de hipotética corrupção”

O especialista em Ciência Política Bruno Costa analisa a atuação do líder do PSD em casos que afetam o partido, nomeadamente, os alegados casos de corrupção, o caso da atuação do SIS no Ministério das Infraestruturas e uma eventual comissão parlamentar de inquérito própria.

Loading...

Luís Montenegro anunciou que o PSD irá investigar as recentes acusações das combinações do Bloco Central na autarquia de Lisboa, em que se alega que PS e PSD apresentaram candidatos “fracos” para vencerem certas freguesias. O líder do PSD anunciou esta segunda-feira que o partido retira confiança política ao deputado Pinto Moreira, o deputado que foi constituído arguido na Operação Vórtex.

No caso Tutti Frutti, Montenegro procura passar “uma mensagem de clarificação, procurando de certo modo proteger o PSD das alegadas acusações de alguma combinação entre PSD e PS”.

“Luís Montenegro procura demonstrar que é diferente de António Costa quando lida com casos de hipotética corrupção”.

A atuação do SIS no caso do Ministério da Infraestruturas

O PSD vai elaborar questões para serem respondidas pelo primeiro-ministro sobre a atuação do SIS no caso do Ministério da Infraestruturas.

“Luís Montenegro tem aqui uma dificuldade: não quer passar a mensagem que está a reboque de outros partidos”.

Outros partido anunciaram a vontade de criação de uma comissão parlamentar de inquérito.

“O PSD se assumisse ser esse o caminho, estaria quase a validar essa estratégia política. Luís Montenegro quer que seja o PSD a liderar a oposição, a liderar a agenda mediática, e encontrou aqui uma alternativa prévia a essa comissão parlamentar de inquérito para demonstrar que esse é o caminho".

Uma CPI isolada para o SIS?

Perante a questão se faz sentido isolar a atuação do SIS no caso do Ministério da Infraestruturas numa CPI própria, Bruno Costa é da opinião que “dada a importância do SIS e das acusações associadas”, é importante separar da comissão de inquérito à TAP.

“São dois casos distintos, embora haja uma envolvência direta dos dois casos (…) parece-me que seria relevante que houvesse a separação de análise e de interpretação dos dois casos”.