André Ventura revelou esta quinta-feira que as questões do partido a Costa ainda não foram respondidas, apesar de terem sido enviadas antes do PSD. Ao analisar as respostas aos sociais-democratas, o líder do Chega considerou que no Governo a mentira é dita a todo custo para a sobrevivência do Executivo.
António Costa já respondeu às questões do Partido Social-Democrata, mas de forma vaga de acordo com outros partidos políticos. No entanto, o Chega mostrou-se desagradado com estas respostas, tendo em conta que as suas questões estão por responder.
“Antes das questões que o PSD colocou, o Chega, no dia 26 deste mês, submeteu ao primeiro-ministro uma série de questões relacionadas com a interferência dos Serviços de Informação e com o eventual recurso abusivo a este serviço para recuperar um computador”, explicou André Ventura à imprensa no Parlamento.
Perante isto, Ventura acusa António Costa de “desrespeito” perante o Chega, não só pela ausência de resposta, como pela forma como comunicou as seus esclarecimentos ao PSD.
"O Grupo Parlamentar do Chega não recebeu nenhuma resposta formal do gabinete do senhor primeiro-ministro em relação às questões colocadas. Por isso, é de um enorme desrespeito que o primeiro-ministro tenha entendido passar à imprensa estas respostas e não ter permitido que os grupos parlamentares tivessem acesso às mesmas", reagiu.
Alguém está a mentir

No que diz respeito às afirmações de António Costa, esta quinta-feira divulgadas, André Ventura também não compreendeu que o primeiro-ministro respondesse de forma contraditória a João Galamba e considerou que algum dos dois membros do Executivo “está a mentir”.
“Não há aqui duas verdades possíveis, ou o gabinete do primeiro-ministro deu indicações à chefe de gabinete de João Galamba, ou ao próprio para recorrer ao SIS, ou não deu. João Galamba está a mentir ou António Costa está a mentir e isto é grave, sendo que reina a mentira e o desejo de sobrevivência no âmbito do Governo”, acusou o líder do Chega, que também conduz os trabalhos do partido na Comissão Parlamentar de Inquérito.
Mais, Ventura encontrou outro aspeto relevante nas respostas que Costa comunicou à imprensa, que se prende com o facto do primeiro-ministro diz não achar “normal” ter documentos classificados de acesso fácil ou disponíveis de uma forma que não cumpra os protocolos.
"Assim sendo, não percebo como é que o primeiro-ministro não retira consequências políticas disso, se considera que o que se passou no Ministério das Infraestruturas é deplorável e que não é normal como foi tratada a informação então não se compreende como é que João Galamba continua em funções", concluiu.
Em resposta ao PSD,o primeiro-ministro não esclareceu se foi na sequência do telefonema do ministro João Galamba ao secretário de Estado António Mendonça Mendes que foi decidida a intervenção do SIS, nem se esse contacto aconteceu, de facto. A iniciativa, diz Costa, partiu da chefe de gabinete de João Galamba.
Da mesma forma, o primeiro-ministro afirmou que teve conhecimento de que o SIS se articulou com a PJ para preservar a integridade de documentos classificados contidos no computador levado por Frederico Pinheiro do Ministério das infraestruturas