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Fenprof: greve dos professores deve-se ao "desinvestimento" do Governo

Organização diz estar disponível para encontrar soluções de modo a inverter-se a greve e a participação de professores nas manifestações de terça-feira em Lisboa e no Porto.

Fenprof: greve dos professores deve-se ao "desinvestimento" do Governo
JOSÉ SENA GOULÃO

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) responsabilizou este domingo o Governo pela greve dos professores, considerando que o que está na origem da paralisação é "o desinvestimento" deste governo e de outros na escola pública.

A Fenprof responsabiliza ainda o Governo de António Costa por ter deixado "chegar ao final do ano letivo sem dar resposta aos problemas que estão na origem da luta dos professores", ao mesmo tempo que acusa o ministro João Costa e a equipa ministerial de "incapacidade negocial".

Em comunicado, a Fenprof responde assim a declarações do ministro João Costa, que, no sábado, em Torres Vedras, afirmou que as greves dos professores decretadas para durante os exames nacionais e as avaliações finais colocam em causa a escola pública.

"Desejamos é que o ano letivo termine com uma tranquilidade que é devida a todos os alunos, até porque nós já estamos a chegar a um momento em que os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos. É a essência da escola pública que está a ser posta em causa por estas greves sucessivas", disse o ministro da Educação.

A negociação "não se resume ao número de reuniões realizadas, mas às soluções que delas advêm", afirma a estrutura sindical, que se mantém, contudo, disponível para "encontrar soluções que permitam devolver a tranquilidade à vida das escolas" de modo a inverter-se a greve e a participação de professores nas manifestações de terça-feira em Lisboa e no Porto, coincidindo com períodos de avaliação e exames.

"Se do Ministério da Educação não surgir a mesma disponibilidade, com abertura para negociar soluções, desde logo a recuperação do tempo cumprido e a dispensa de vaga para todos, terá a equipa ministerial de assumir a responsabilidade pelo que se passar neste final de ano letivo", sublinha o comunicado da Fenprof.

A organização sindical, liderada por Mário Nogueira, acusa ainda o Ministério da Educação de parecer ter "uma agenda fechada, impeditiva de um diálogo consequente que desemboque em processos negociais efetivos".