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Mais horas, mais produtividade? O testemunho de quem aderiu aos quatro dias de trabalho

A semana de quatro dias de trabalho já entrou numa nova fase de teste. Das 46 empresas que mostraram interesse só 39 decidiram avançar para a terceira etapa do projeto-piloto.

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Arranca esta segunda-feira mais uma fase do projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho. No total, aderiram 39 empresas do setor privado e cerca de mil trabalhadores.

A adesão do setor privado ficou aquém das expectativas do Governo. Das 46 empresas que mostraram interesse só 39 decidiram avançar para a terceira fase do projeto-piloto. Até ao final de novembro vão testar a semana de quatro dias.

No Centro de Telecomunicações e Multimédia INESC TEC, os colaboradores já têm um horário flexível de 36 horas semanais. Tanto podem trabalhar a partir de casa, como no próprio local de trabalho.

Rui Campos, coordenador da empresa, refere que em Portugal “há uma ideia enraizada” de que trabalhar muitas horas é sinónimo de produtividade, o que, no seu entender, é uma ideia “completamente errada”.

Novo projeto novas metodologias

O projeto dos quatro dias de trabalho vai ter vários formatos, sendo que um deles passa por ter uma folga extra de 15 em 15 dias à sexta-feira. Mas para que tudo corra bem há que adotar metodologias de trabalho diferentes.

A título de exemplo, na Evolve, os trabalhadores têm vindo a ter formações de técnicas de comunicação interna, de gestão de tempo e de produtividade.

A pandemia também aumentou a consciência sobre a importância do balanço entre vida pessoal e profissional.

Portugal não segue exemplo espanhol

Ao contrário de Espanha, que prevê um apoio financeiro para as pequenas e médias empresas que adiram à experiência-piloto do Governo espanhol, em Portugal não há qualquer subsídio às empresas participantes.