O concelho da Maia está a implementar um sistema pioneiro no país, em que a tarifa de resíduos deixa de estar associada ao consumo de água. O programa foi reconhecido por um importante prémio de sustentabilidade. Quanto mais os moradores , menos pagam.
Desde 2012 que na Maia a recolha seletiva de lixo é feita porta a porta. Cada morador tem até cinco contentores e há um calendário que define o dia da recolha.
“Gerimos isto de forma super fácil. Temos uma casa do lixo, temos os nossos contentores. Colocamos o lixo cá fora ao início do dia”, diz João Bonneville, morador da região.
A esta rotina juntou-se há uns meses um incentivo económico. A tarifa de resíduos deixou de estar associada ao consumo de água e passa a contabilizar apenas o lixo indiferenciado que é colocado no contentor cinzento.
João Bonneville conta que a redução foi “de quase 50% no valor que pagam pelos resíduos”.
“O espirito é combater a produção de resíduos na origem. Portanto, a ideia é que as pessoas reciclem mais, para produzir menos resíduos e então pagarem menos”, explica a presidente do conselho de administração da Maiambiente, Marta Peneda.
O concelho da Maia é o que mais recicla em Portugal. Entre janeiro e maio de 2023, foram encaminhados para reciclagem 41% dos resíduos produzidos, um número superior ao do ano passado.
Sistema chega a 66 mil pessoas
O programa é, aos olhos da Câmara Municipal da Maia, mais justo e premeia quem recicla. Mas a iniciativa foi também reconhecida pelo prémio Kaizen, na categoria de sustentabilidade.
O sistema está na segunda fase de implementação e já chega a 66 mil pessoas.
Marta Peneda destaca a componente tecnológica do projeto, ao referir que “todos os equipamentos são dotados de um chip” e que "cada vez que o contentor é recolhido é feita uma leitura".