O Presidente da República disse esta segunda-feira que a maioria absoluta “só depende de si própria para tudo”. Foi a resposta de Marcelo Rebelo de Sousa à entrevista de António Costa ao Público sobre a possibilidade de ocupar um cargo europeu em 2024.
Numa resposta ao jornal, em reação à notícia de que Bruxelas vai pressionar o primeiro-ministro português a ir para o Conselho Europeu, António Costa explicou que não aceitará qualquer missão que ponha em causa a estabilidade do país.
As declarações mereceram resposta do Presidente, que está na Sicília, em Itália, para participar no XVI encontro da COTEC Europa.
“Quando se tem a maioria absoluta ganha-se condições de estabilidade, fica-se independente de terceiros”, disse, acrescentando que “para o bem e para o mal, o que vier a acontecer está nas mãos da maioria absoluta”.
Questionado sobre a possibilidade de um cargo europeu poder ser ocupado por um português, o Presidente da República não quis comentar. Também se recusou a falar sobre a situação de rebelião do grupo Wagner contra o regime de Putin.
“Pessoas estão todos os dias a fazer contas à vida”
Apesar de se ter coibido de falar sobre alguns temas, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu pronunciar-se sobre o fórum do Banco Central Europeu (BCE) que se está a realizar em Sintra.
O Presidente da República disse estar “curioso para perceber qual é a posição dos banqueiros, sobretudo, dos banqueiros centrais" sobre a inflação e sobre quando haverá uma viragem em relação à subida de juros. E alertou:
“As pessoas estão todos os dias a fazer contas à vida. É possível que não se tenha uma verdade segura sobre o futuro, mas perceber como os banqueiros pensam é fundamental para todos nós”, avançou.