A coordenador do Bloco de Esquerda (BE) reagiu, esta segunda-feira, à situação que está a acontecer no serviço de Obstetrícia do Hospital Santa Maria. Grávidas de baixo risco podem ser transferidas para uma de três unidades hospitalares privadas. Sem hesitar, Mariana Mortágua avisa: “Isto é o fim do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
“Quando um serviço é transferido para privados é porque o Governo desistiu de combater a falta de médicos, desistiu do SNS e aceita que o serviço do SNS seja prestado por privados não de forma pontual, excecional mas enquanto substituto do próprio SNS”, afirmou a coordenadora do BE, ao início da tarde na sede do partido.
Em causa está uma das medidas tomadas pela direção executiva do SNS recorrer, em caso de necessidade à prestação de serviços de maternidades privadas. A primeira grávida foi enviada para um privado na noite deste domingo. Este encaminhamento é programado e acontecerá com grávidas seguidas pelo serviço de Obstetrícia sempre que o Santa Maria não tiver capacidade de assegurar o parto.
Atempadamente, a unidade hospitalar comunica à mulher que irá para um destes privados: Luz, Lusíadas e CUF são os hospitais escolhidos para receber as parturientes.
Perante este cenário, Mariana Mortágua apresentou, em conferência na sede do partido, algumas medidas para mitigar os problemas do SNS, como a falta de profissionais: “Trabalho extraordinário mais bem pago a partir da primeira hora, um suplemento salarial importante para os médicos que aceitem dedicar-se exclusivamente ao SNS, e como consequência uma redução substancial do número de horas de trabalhadas que é neste momento o principal problema dos médicos”.
Salientando que a falta de médicos é um problema cada vez maior no SNS, o BE, anunciou Mariana Mortágua quer ouvir no Parlamento os responsáveis pelo encerramento do bloco de partos do Hospital de Santa Maria.