As críticas da coordenadora do Bloco de Esquerda foram feitas após a visita a um centro de acolhimento criado num antigo quartel da GNR que esteve durante anos abandonado e que foi aproveitado pela Câmara Municipal de Lisboa, durante a pandemia, para dar casa e assistência aos sem-abrigo.
A pandemia acabou mas o centro manteve-se aberto. São agora 82 os utentes que já não vivem na rua e que além de um teto, recebem apoio médico, de enfermagem e social. Mas vai ser por pouco tempo. O centro vai fechar em setembro.
Mariana Mortágua diz que “a responsabilidade de encontrar uma reposta alternativa é do executivo Carlos Moedas”, e deixa claro que, até agora, ainda não viu alternativas.
"Não existe uma reposta alternativa, aliás o que tem dito o presidente da Câmara é que, em vez de um centro integrado no centro da cidade, se vão espalhar as pessoas por quatro centros diferentes”.
O Bloco não concorda com estas soluções apresentadas por Carlos Moedas e sugere alternativas.
“O antigo Hospital Miguel Bombarda, aqui perto, também no centro da cidade, com características muito próximas destas. Está fechado e nesse espaço para além de alguma habitação, vai ser construído um hotel. E nós perguntamos o que é que faz falta a Lisboa, se é mais um hotel ou respostas para as pessoas em situação de sem-abrigo?”.
Mortágua relembra que não coloca em causa o encerramento do atual espaço, até porque será para a construção de habitação acessível, mas sublinha que é necessário “encontrar soluções com repostas de escala, no centro da cidade”.
Para a líder do Bloco de Esquerda, aquilo que Moedas está a fazer ao retirar as pessoas da rua neste momento é “limpar a cidade” e "varrer os problemas para debaixo do tapete”, isto para dar uma boa imagem do país, durante as Jornadas Mundiais da Juventude.