Foram fechadas esta semana mais de 100 lojas no centro comercial Stop, no Porto, a maioria utilizada por músicos para ensaios e gravações. Os instrumentos saíram, a indignação instalou-se e agora há a possibilidade de os músicos voltarem novamente com um carro de bombeiros à porta e horários condicionados.
No dia 18 de julho, passada terça-feira, a polícia selou 105 lojas no centro comercial Stop. A Câmara Municipal do Porto garante que teve várias reuniões com as associações do STOP e que avisou que este dia iria chegar.
Existem aqui várias situações: a burocrática, as licenças de utilização, que umas lojas têm e outras não, as queixas de ruído e a segurança do centro comercial que obriga a obras estruturais.
A Câmara diz que sem o parecer da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil não pode alegar razões de segurança e fechar o Stop.
Adianta a autarquia, por outro lado, que ao longo do tempo sempre recebeu queixas da vizinhança por causa do ruído e que já foi inclusive notificada pelo Ministério da Administração interna.
Adianta a autarquia, por outro lado, que ao longo do tempo sempre recebeu queixas da vizinhança por causa do ruído e que já foi, inclusive, notificada pelo Ministério da Administração Interna.
E agora?
Em cima da mesa, como outros espaços físicos esteve primeiro o Silo Auto, uma hipótese que não agradou aos músicos. Rui Moreira, na quarta feira, falou na Escola Pires de Lima como uma possível solução futura, já que fica vazia este ano letivo.
Entretanto, numa espécie de última cartada, esta sexta-feira o presidente da Câmara propôs o regresso temporário dos músicos ao Stop mediante algumas condições.
Os músicos parecem querer aceitar, mesmo com o horário limitado a 12 horas por dia. A autarquia diz que depois da resposta final estará pronta a reabrir as salas fechadas em 24 horas.
Esta foi uma semana cheia de estilhaços que se tentam agora colar para uma nova saída de emergência.
O Stop começou a ser frequentado por bandas há mais de vinte anos, numa espécie de laboratório vivo de música. Hoje ocupam a maioria das lojas.