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“Ficaria bem” a Marcelo ser mediador nas negociações, diz FNAM

Mais de uma centena de médicos estão concentrados em frente ao Ministério da Educação, em defesa do Serviço Nacional de Saúde e contra a proposta apresentada na semana passada aos sindicatos

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A Federação Nacional dos Médicos disse, esta terça-feira, que ficaria bem ao Presidente da República assumir o papel de mediador das negociações com o Governo.

“Ajudaria a desempatar e a resolver este impasse, uma vez que a saúde também parece ser uma área tão querida ao nosso Presidente da República”, disse Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos médicos (FNAM).

A presidente da FNAM referiu que Serviço Nacional de Saúde "não pode esperar mais" por uma resposta do Governo aos problemas daqueles profissionais e reivindicou melhores condições de trabalho.

Os médicos, que cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve, contestam a proposta do Governo de valorização da carreira, apresentada aos sindicatos na semana passada, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022.

A contraproposta da Federação reivindica aumentos que compensem a perda de poder de compra dos médicos na última década, um horário semanal de 35 horas, a reposição das 12 horas em serviço de urgência e do regime majorado da dedicação exclusiva e a integração dos internos no primeiro grau da carreia.

"Reivindicamos melhores condições de trabalho. Não podemos continuar a fazer 18 horas de urgência e não termos médicos suficientes para fazer as consultas e as cirurgias que os doentes precisam", sublinhou Joana Bordalo e Sá.

A propósito da proposta do Governo, Joana Bordalo e Sá rejeita também o acréscimo do limite de horas extraordinárias das atuais 150 para 300 por ano, que diz equivalerem a mais quatro meses de trabalho por ano em comparação com os restantes trabalhadores.

Durante o protesto, que se prolongou por mais de uma hora, os médicos gritaram palavras de ordem que refletiam as suas reivindicações, mas também a necessidade de "salvar o SNS", como "A saúde é um direito, sem ela nada feito" ou "O povo merece o SNS".