O Ministério dos Negócios Estrangeiros pode aumentar dos 66 para os 70 anos a idade limite para os diplomatas poderem ocupar postos de representação no estrangeiro, avançou esta terça-feira o Diário de Notícias.
Só nos próximos três anos, mais de 40 diplomatas no topo da carreira atingem a idade limite para ocupar postos no estrangeiro. São embaixadores e ministros plenipotenciários que vão completar 66 anos e deveriam ir para a reforma, mas, afinal, podem ganhar mais quatro anos de trabalho até lá. O Governo pondera aumentar a idade de reforma para esses profissionais dos atuais 66 para 70 anos.
O ministério faz planos para uma revisão dos estatutos diplomáticos, mas encontra muita resistência da nova geração que quer progredir na carreira.
Pela lei em vigor, os reformados terão de dar lugar a embaixadores mais novos. Entre os possíveis beneficiários da proposta estão nomes históricos como Ana Paula Zacarias, atual embaixadora na missão permanente de Portugal junto da ONU. Domingos Fezas Vital, embaixador junto à Santa Sé. João Mira Gomes, Bernardo Futsher Pereira e Nuno Brito, embaixadores em Madrid, Itália e Inglaterra.
O vencimento base de um embaixador no topo da carreira, ao fim de 40 anos, é de 4.362 euros, mas, no estrangeiro, têm direito a abonos de representação, habitação e para a educação dos filhos.
A rede diplomática de Portugal possui 133 postos: 76 são embaixadas, 48 consulados e nove representações e missões permanentes.
Questionado pela SIC, o Ministério dos Negócios Estrangeiros não comentou sobre o andamento do projeto.