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Narcotráfico em tribunal: adiado debate instrutório do caso "Xuxas"

Foi adiado o início do debate instrutório do caso de tráfico de droga que envolve 21 arguidos. O mais conhecido é Rúben Oliveira, apelidado de Xuxas, que está em prisão preventiva.

Justiça, tribunal.
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Está por explicar a razão porque dois arguidos em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa não estiveram esta manhã no primeiro dia do debate instrutório, no campus de justiça. Sem eles, a sessão foi adiada.

“O arguido tem de estar sempre presente (...) é a pessoa mais importante do processo”, disse Carlos Melo Alves, defesa de Gurvinder Singh.

No total, são 21 arguidos (três empresas e 18 pessoas). O mais conhecido é Rúben Oliveira, chamado Xuxas, por ser o alegado cabecilha de um grupo de narcotraficantes com ramificações ao comando vermelho do Brasil e ao cartel colombiano de Medellin.

Dos sete detidos, só ele está na prisão de alta segurança de Monsanto.

O Ministério Público acredita que os suspeitos usassem os portos de Leixões e Setúbal, além do Aeroporto da Portela e do mercado abastecedor de Lisboa para fazer entrar cocaína e heroína. Estão desde fevereiro acusados de trafico de droga, associação criminosa, branqueamento de capitais e posse de arma proibida.

Mas o processo tem conhecido várias paragens. Os incidentes de recusa para afastar o juiz Carlos Alexandre acabaram negados pela relação. As defesas contestam também a consistência das provas obtidas pelas autoridades francesas.

Bens chegam aos 40 milhões de euros

A procuradora do processo pediu ajuda às autoridades dos Emirados Árabes Unidos, onde Rúben Oliveira e José Afonso, apelidados de Xuxas e Xuxinhas, terão um apartamento no valor de 750 mil euros.

A residência do Dubai estará em nome de ambos. O Ministério Público pede o seu arresto, temendo uma jogada de antecipação com a dissipação de património.

O pedido de arresto, divulgado pelo Expresso, contempla ainda casas no Algarve e nos arredores de Lisboa, além de carros, motas, contas bancárias controladas pelos próprios ou por familiares, bens e dinheiro que a acusação atribui ao tráfico de cocaína e heroína.

Tudo é avaliado em mais de 40 milhões de euros.

Um dos elos ao mundo do tráfico internacional seria Sérgio Carvalho, ou major Carvalho, um narcotraficante que foi da polícia militar brasileira detido na Bélgica.