Por esta altura começa a disparar a produção de ostra. No Algarve, as condições de reprodução atrativas e os rápidos tempos de crescimento despertam a atenção dos ostricultores franceses. E, apesar de algumas ideias preconcebidas sobre o seu consumo, quem vende diz que a ostra "está na moda" e que a tendência veio para ficar.
É nas malhas espalhadas ao longo da Ria de Alvor que se reproduz a ostra-giga: espécie originária do Pacífico, criada em Portugal e que chega às bancas com selo francês. Muito viaja, mas é no Algarve que se desenvolve.
Noventa por cento do que aqui se produz é exportado para Arcachon, localidade costeira perto de Bordéus, em França. Vêm das chamadas "maternidades" e permanecem na ria por aproximadamente dois anos até atingirem a idade adulta - metade do que demorariam em França e bem menos do que a ostra portuguesa.
Viveiro exportou cerca de 200 mil toneladas no ano passado
E se há uns anos havia quem torcesse o nariz às ostras, hoje é seguro dizer que o mercado está a mudar. Em 2022, um viveiro algarvio exportou cerca de 200 toneladas de ostra.
No verão, chegam a vender quase 600 quilos por semana só a restaurantes. Este ainda é, para muitos, um produto considerado gourmet, podendo custar quase quatro euros a unidade em estabelecimentos. Aos operadores franceses, custará à volta de 3 euros o quilo.