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Reforço de 10 neonatologistas em Portimão impede encerramento alargado da maternidade

Sempre que a maternidade de Portimão fecha, os nascimentos são encaminhados para faro, a 60 quilómetros, mas no caso de grávidas que venham da Costa Vicentina ou do litoral alentejano, significa uma viagem de mais de 100 quilómetros em trabalho de parto.

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O reforço de dez neonatologistas no hospital de Portimão foi decisivo para que a maternidade algarvia encerrasse apenas cinco dias este verão. Estava previsto que fechasse de quinze em quinze dias aos fim de semana, mas há médicos que dizem ser insustentável continuar a fazer 600 km para ir reforçar as equipas.

Graça oliveira foi uma das médicas que decidiu aceitar o acordo de mobilidade parcial e, durante 18 meses, reforçar a escala na maternidade de Portimão, um serviço que considera essencial manter-se aberto.

São dez os neonatalogistas que estão a vir de outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde, alguns dias por mês, para reforçar Portimão.

Com praticamente apenas quatro pediatras residentes a assegurar a urgência em Portimão, o reforço dos médicos em regime de voluntariado parcial veio permitir alguma folga aos especialistas da casa, que se faltam ditam o encerramento da maternidade.

Sempre que a maternidade de Portimão fecha, os nascimentos são encaminhados para faro, a 60 quilómetros, mas no caso de grávidas que venham da Costa Vicentina ou do litoral alentejano, significa uma viagem de mais de 100 quilómetros em trabalho de parto.

Além do transtorno para os utentes, Graça Oliveira fala no desperdício de meios ao se fechar um serviço que a neonatalogia do hospital de Santa Maria que diz ter excelentes condições

O reforço com médicos do SNS, ainda que em regime temporário, em vez de tarefeiros, permite também reforçar a formação das equipas e a rede de contactos, conforme defende a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

Além de neonatalogistas, o CHUA recebeu também reforço temporário de quatro anestesistas, outra especialidade sempre critica no algarve

O reforço com médicos voluntários a tempo parcial não está limitado ao verão, mas se alguns tencionam prolongar a colaboração com os hospitais do Algarve, quem vem de longe começa a pensar duas vezes.

Além dos incentivos previstos na lei, do alojamento assegurado, e de ter gostado do serviço que encontrou, uma neonatologia que vem de Guimarães, por exemplo, admite não ser solução

Faro tem nove ginecologistas e e oito obstetras, Portimão nove.

Vários médicos estão abrangidos por horário parcial, licença, baixa ou dispensa de trabalho noturno. Se os 12 especialistas com mais de 55 anos não se voluntariarem para fazer urgências à noite as escalas colapsavam. Escalas que muitas vezes estão no limite mínimo aconselhado pelo colégio da especialidade.