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Capítulo do novo livro de Cavaco Silva dedicado a Costa e Galamba?

O livro ainda não foi publicado, mas já é possível saber o assunto de um capítulo. Sem nomes, nem referências, as palavras parecem destinadas ao caso Galamba e à demissão que António Costa recusou aceitar.

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Cavaco Silva vai publicar mais um livro. O "primeiro-ministro e a Arte de Governar, é o título da obra, que ainda não é pública, mas que já se conhece um capítulo, pré-publicado, esta terça-feira, no jornal Público, e que já está a dar que falar.

É um capítulo sobre a avaliação que um primeiro-ministro deve fazer aos ministros. Não tem nomes, mas o último parágrafo faz disparar as “campainhas”
do caso Galamba e da demissão que António Costa recusou aceitar.

Escreveu Cavaco Silva que há “situações extremas em que o primeiro-ministro não pode deixar de propor a demissão de um ministro” e dá exemplos:

  • “Comportamentos reveladores de ausência de sentido de Estado”
  • “Uso de linguagem insultuosa em relação a agentes políticos, económicos sociais ou culturais”
  • "Violações graves da ética política”

Para falar de acusações que foram imputadas a João Galamba, a demissão do ministro é a única saída.

“Não o fazendo, a credibilidade e a autoridade política e moral do primeiro-ministro ficam duramente feridas” e “a coesão do Governo e a qualidade da sua ação serão postas em causa”, escreveu ainda.

Neste capítulo do livro que o jornal Público revela, as meias-palavras bastam. Escreve, por exemplo, que um ministro também deve ser demitido "quando há indícios de corrupção, prevaricação ou falta de lealdade com o chefe do governo". Casos em que devem cair por terra os princípios genéricos de que "o que um primeiro-ministro não pode fazer é criticar o trabalho de um ministro em frente de quem quer que seja", ou “que terá sempre “de reafirmar sem hesitação a confiança em qualquer ministro, enquanto estiver em funções”. Mas ”se não merece a confiança, então deve propor a exoneração."

Acrescentando que “a popularidade dos ministros, medida pelas sondagens,” não é critério relevante para avaliar de desempenho de quem faz parte do Governo.