Após anteriormente ter dito que era “fundamental o Estado estar no capital da TAP”, o primeiro-ministro António Costa, contrariou esta terça-feira o que disse no Parlamento a 22 de março. Um dos sindicatos da TAP, o Sitava (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos), questionou “a pressa do Governo” em vender a companhia área, bem como os motivos para uma uma privatização total.
“Só iremos privatizar e vender parte ou totalidade do capital, como eu aqui o disse, tendo em contas os interesses da companhia, os interesses de Portugal e o interesse dos portugueses”, afirmou esta terça-feira o primeiro-ministro, no debate da moção de censura do Chega.
O líder da oposição, Luís Montenegro, aproveitou esta mudança no discurso de António Costa para criticar a sua atitude governativa.
“Ele [primeiro-ministro] já foi contra a privatização, nacionalizou, primeiro uma parte do capital, depois a totalidade do capital. Depois pôs a hipótese de privatizar uma parte, agora põe a hipótese de privatizar tudo. O doutor António Costa anda aos ziguezagues, para a frente e para trás!”, afirma o líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD).
O PSD é favor da privatização total, contrariamente à maioria dos sindicatos da companhia aérea.
“Acho uma decisão extemporâneas vender a TAP e tudo num momento destes, no inicio da recuperação completamente lesiva dos interesses nacionais”, afirma o secretário-geral do Sitava, José Sousa.
O diploma da privatização da companhia aérea nacional vai a reunião de Conselho de Ministros na próxima semana.
A partir desse momento todos os potenciais interessados na venda da TAP vão ter acesso às contas da transportadora portuguesa.