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Faltam perto de 6 mil militares nas Forças Armadas

O défice de praças é o mais acentuado, colocando as Forças Armadas portuguesas em risco de passarem a ter mais oficiais que praças nos quartéis. Essa situação pode vir a interferir com a realização de missões internacionais.

Faltam perto de 6 mil militares nas Forças Armadas
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O Exército não tem militares suficientes. Em julho deste ano, faltavam perto de seis mil efetivos nas fileiras portuguesas. A situação poderá colocar em causa as missões e operações internacionais.

Em resposta ao jornal Público, o Estado-Maior do Exercito não fez referência à falta de militares, mas avançou com números que o comprovam. Em julho havia 5.745 efetivos a menos nas fileiras.

O maior défice ocorre nos praças: dos 9.089 autorizados, estão apenas preenchidos 4.191 – ou seja, menos de metade. Feitas as contas, faltam 4.898 praças efetivos nos quartéis portugueses.

Seguem-se os sargentos do quadro permanente, com menos 338 efetivos, e os sargentos voluntários e em regime de contrato, com um défice de 182. Também nos oficiais do quadro permanente e nos oficiais voluntários e contratados há menos efetivos do que os autorizados.

Com um défice tão acentuado de praças, as Forças Armadas portuguesas correm o risco de passarem a ter mais oficiais do que praças nos quartéis. Uma situação poderá colocar em risco a realização das missões desempenhadas no exterior, no âmbito da NATO, da ONU, da União Europeia e da cooperação bilateral.

O Estado-Maior-General das Forças Armadas garante ao Público que “continuarão a ser adotadas medidas (…) permitindo assim manter e/ou reforçar, de acordo com as solicitações, o empenhamento das Forças Armadas ao longo dos próximos anos”.

Dados referentes ao número de efetivos no Ministério da Defesa Nacional mostram que entre 2021 e 2022 houve uma diminuição de 1.452 militares. Segundo o Governo, esta redução reflete o final da pandemia de covid-19 e a prorrogação dos contratos que foi decidida na altura. Em 2022 foram registadas 8.342 candidaturas, que resultaram em 2.539 incorporações.

Em relação a este ano, o cálculo só poderá ser realizado em dezembro, quando forem divulgados o número referentes a 2023. No final de 2022 havia 26.957 militares nas Forças Armadas, 22.023 dos quais estavam em efetividade de serviço, a desempenhar cargos e funções próprios do posto, classe, arma, serviço ou especialidade, avança ainda o jornal.