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Número de adoções continua a baixar, apesar de haver mais famílias disponíveis

As autoridades estão preocupadas, tendo em conta que os critérios das famílias se baseiam em querer crianças mais novas e, por isso, quanto mais velhas ficam, maior a probabilidade de não saírem das instituições.

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O número de adoções em Portugal voltou a baixar no ano passado. Uma das explicações pode estar no facto dos interessados procuram sobretudo crianças até aos sete anos. As autoridades estão preocupadas, porque as crianças a partir desta idade têm cada vez menos probabilidade de terem uma família interessada.

O número de adoções em Portugal voltou a descer, no ano passado e aumentou o número de crianças que foram devolvidas a instituições depois de adotadas.

Há cada vez mais pessoas a querer adotar, mas o novo relatório do Conselho Nacional para a Adoção mostra que o número de adoções em Portugal voltou a diminuir.

Há vários fatores que ajudam a explicar estes dados, aparentemente, contraditórios. Por um lado, os pais adotivos procuram bebés ou crianças até aos 7 anos de idade. Por outro, há mais candidatos a adotar do que crianças referenciadas para adoção.

“Nem todas as crianças que têm uma medida de adotabilidade são efetivamente adotadas (...) Explica esta diminuição”, refere Isabel Pastor da Unidade de adoção da Misericórdia de Lisboa

Outro dado preocupante é o aumento do número de crianças devolvidas a instituições, as chamadas "disrupções". No ano passado foram 14 crianças em quase duas centenas adotadas.

“Na maior parte dos casos, as crianças tendem a culpabilizar-se a elas próprias (...) Querem ter a certeza que desta vez é para sempre”, diz Pastor.

Os efeitos da pandemia podem ajudar a explicar o aumento do número de crianças que regressaram ao sistema. As condições emocionais e psicológicas, tanto das famílias como dos menores, podem dificultar o período de adaptação.