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"Temos já 600, 700, 800 horas extra feitas este ano": médicos em protesto

Em Lisboa e Vale do Tejo cumpriram-se dois dias de greve dos médicos, por melhores condições. Estão em luta recusando-se a fazer mais horas extraordinárias do que as 150 a que são obrigados por Lei.

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Esta quinta-feira foi dia de greve dos médicos em Lisboa e Vale do Tejo, com centenas de consultas e exames a serem cancelados. De acordo com o movimento Médicos em Luta, pelo menos 22 hospitais terão recebido avisos de médicos que se recusam a fazer mais horas extraordinárias do que as 150 a que são obrigados por Lei.

"Muitos de nós temos já 600, 700, 800 horas extra feitas este ano, é porque é efetivamente uma forma de mostrar à tutela que o SNS está centrado, está baseado em muito esforço suplementar por parte dos médicos", explica a vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM),Vitória Martins.

"Não podemos continuar a ter um SNS com médicos exaustos nem podemos aceitar a promoção de uma política que se baseia na exaustão dos médicos à custa de horas extraordinárias sem limite". acrescenta.

Já foram feitas recusas de médicos de Portimão, Lisboa, Almada, Leiria, Guarda, Viseu, Aveiro, Gaia, Penafiel, Barcelos e Viana do Castelo, provocando falhas nas escalas hospitalares um pouco por todo o país.

Se nada mudar, em outubro, no Centro Hospitalar de Leiria, há turnos onde as urgências de Cardiologia e cirurgia não vão funcionar.

Em Lisboa e Vale do Tejo cumpriram-se dois dias de greve dos médicos por melhores condições.

Sem entendimento entre médico e Governo, os sindicatos prometem continuar os protestos.