Nas duas maiores cidades do país, os funcionários judiciais estão em greve. Dizem que a proposta de revisão do estatuto entregue pelo Governo não é suficiente. Exigem melhores salarios e contratação de pessoal.
"[A proposta] ficou muito longe do que esperávamos e, peço desculpa pela expressão, mas parece que é a gozar connosco", atira a secretária executiva regional de Lisboa do Sindicato dos Funcionarios Judiciais, Regina Soares.
A proposta de revisão do estatuto separa os oficiais de justiça em duas carreiras: técnico e técnico superior para funções mais complexas. Cria ainda um suplemento de disponibilidade permanente de 20%, pago em doze meses.
O problema é que este suplemento não faz parte do vencimento, como queriam os sindicatos. Não tem, por isso, efeitos na reforma.
"Acaba ainda por ficar pior, porque desvaloriza ainda mais, dividindo a classe. Estamos todos juntos agora numa mesma classe como oficiais de Justiça, mas ficámos com nomes distintos, uns assistentes e outros técnicos e portanto não valoriza pessoas que estão aqui há 40 anos a trabalhar".
Salários vão subir
Com esta proposta que custa ao Estado mais de 20 milhões de euros por ano, os salários sobem.
O salário-base mais baixo com suplemento passa a rondar os 1.150 euros. O topo da carreira fica acima dos 4.100 euros por mês.
"Claro que aquilo que vem nas linhas gerais do comunicado do Governo parece que são só benecesses, mas não são", garante Regina Soares.
Protestos continuam
Esta terça-feira, a greve organizada pelo Sindicato dos funcionários judiciais foi em Lisboa e no Porto, impedindo a realização de centenas de diligências.
Os protestos continuam na próxima semana com greves marcadas por todo o país entre segunda e sexta-feira.