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"Este mês vai ser extremamente quente, mas com possibilidade de alguma chuva"

O climatologista Carlos Pires analisa os dados do Observatório Europeu Copernicus, que dão conta de que este setembro foi o mais quente desde que há registos e reflete sobre as previsões para outubro.

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O Observatório Europeu Copernicus declarou, esta quinta-feira, que este setembro foi o mais quente desde que há registos a nível mundial e outubro parece estar a seguir-lhe, de alguma forma, as pisadas. O climatologista Carlos Pires prevê que seja um mês “extremamente quente”, mesmo com previsões de aguaceiros.

“Em Portugal, o tempo seco vai continuar por mais uma ou duas semanas, mas felizmente lá para meados de outubro prevê-se uma anomalia positiva da precipitação. Apesar de outubro continuar a ser extremamente quente, há possibilidade de alguma chuva a partir de meados do mês”, afirmou na SIC Notícias.

Ainda assim, estes aguaceiros poderão não ser suficientes para resolver o grave problema de seca que se instalou no País e noutros pontos da Europa. A culpa é, em parte, do Anticiclone dos Açores.

“As condições no sul da Europa têm sido de uma tendência de redução da precipitação e isto acontece porque o Anticiclone dos Açores já não é o Anticiclone dos Açores, que tem-se estendido pela Europa ocidental e tem sido o responsável por este tempo seco, o que tem sido recorrente”, explicou.

Outro dos problemas é que “a chuva é curta, os solos evaporam essa água imediatamente” e, para resolver este problema, “seria realmente importante que chegasse uma chuva persistente de maneira a que os solos acumulassem um nível suficiente de água para que não entrássemos recorrentemente em secas”.

Já sobre os dados apresentados pelo Copernicus, o climatologista deixa um alerta: “Estamos numa aceleração do aquecimento global, em particular de certas regiões do globo como o Ártico, que está a aquecer quatro vezes mais rapidamente do que a média global e, portanto, vai provocar grande degelo”.

“O que é grave aqui é que passámos a ter vagas de calor nos continentes, mas também nos oceanos, que começam a estar saturados e podem já não ser uma alternativa para absorver tanto calor”, destaca.